
O xadrez indiano viveu possivelmente seu melhor ano até hoje em 2024. D Gukesh tornou-se o campeão mais jovem da história do Torneio de Candidatos e do Campeonato Mundial, enquanto Arjun Erigaisi fez história ao se tornar apenas o segundo indiano a ultrapassar os 2800 pontos no ranking ELO. Para completar, a equipe indiana alcançou um feito histórico ao conquistar a medalha de ouro na Olimpíada de Xadrez em Budapeste, em setembro, consolidando o país como uma nova potência global no esporte.
Não foram apenas os homens que alcançaram grandes marcos no xadrez neste ano. A icônica enxadrista Koneru Humpy, primeira mulher indiana a receber o título de Grande Mestre e a sétima no país a conquistá-lo, também escreveu seu nome na história no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido e Blitz, realizado na cidade de Nova York.
Apesar de ter começado a competição de xadrez rápido feminino com uma derrota para a Mestre Internacional cazaque Amina Kairbekova, a jogadora de 37 anos se recuperou rapidamente. Com seis vitórias e um empate nas sete rodadas seguintes, Humpy subiu para a parte superior da tabela, alcançando a GM chinesa Ju Wenjun e superando a GM russa Kateryna Lagno.
Nos confrontos seguintes, Humpy seguiu disputando ponto a ponto com Wenjun, e ambas chegaram à última rodada empatadas com 7,5 pontos, ao lado da GM indiana Harika Dronavalli e de outras três jogadoras. Enquanto as demais competidoras terminaram com 8 pontos após empates, Humpy garantiu sua histórica conquista ao derrotar a indonésia Irine Sukandar em 67 lances, jogando com as peças pretas, finalizando com 8,5 pontos.
Humpy já havia sido coroada campeã mundial de xadrez rápido em 2019, em Moscou. Com essa nova vitória, tornou-se apenas a segunda jogadora, depois de Ju Wenjun, a conquistar o título mundial de xadrez rápido mais de uma vez. Em um ano dominado por jovens talentos indianos no xadrez, o retorno triunfal de uma veterana ao topo veio para fechar a temporada com chave de ouro.
Segundo título mundial de rápidas é seu maior feito
Em entrevista exclusiva ao Firstpost, Humpy classificou sua conquista em Nova York como uma das maiores de sua carreira, especialmente porque poucos acreditavam que ela pudesse chegar tão longe na competição.
“Esse é um dos meus melhores feitos, provavelmente o coloco no topo, porque ninguém esperava que eu vencesse. É raro para uma jogadora de 37 anos, em um momento em que a carreira tende a entrar em declínio, conquistar um título mundial. Então, conseguir vencer com essa segurança é algo realmente especial para mim.”
Ela também destacou a importância de sua primeira conquista em 2019: “O Mundial de 2019 foi crucial porque voltei ao circuito após uma pausa de um ano e meio devido à minha maternidade. Ganhar aquele título me motivou a continuar me dedicando ao xadrez. Tornar-me a Grande Mestre mais jovem da Índia em 2002 e conquistar o ouro nos Jogos Asiáticos de 2006 foram momentos inesquecíveis, mas sem dúvida este título de xadrez rápido ocupa o primeiro lugar na minha carreira”, afirmou Humpy, que recentemente foi nomeada embaixadora da marca SOG Grandmaster Series.