
Jogar uma bola de couro com precisão, efeito e alta velocidade não é uma tarefa para aqueles que encaram o esporte de maneira leviana. Para otimizar o movimento explosivo do arremesso, é necessário um treinamento intenso e uma grande exigência dos músculos, tendões e articulações do braço e do ombro. Sem falar na pressão mental para evitar erros que possam definir o jogo.
Apesar disso, Jaden Agassi nunca cogitou outra coisa: “O beisebol sempre foi o meu esporte”, afirma ele, quando questionado sobre o motivo de não seguir os passos dos pais e se dedicar ao tênis. Criado em Las Vegas, ele se apaixonou pelo esporte tipicamente americano, especialmente pela posição de arremessador, localizado no pequeno montículo a cerca de 20 metros do batedor.
Confiança é fundamental
O arremessador é como um diretor de cinema, comandando grande parte do jogo e recebendo total atenção do público. Para Jaden, filho das lendas do tênis Steffi Graf e Andre Agassi, a evolução física na adolescência trouxe um aumento significativo na força de seus arremessos. Isso lhe deu a confiança de que talvez pudesse construir um futuro no esporte.
E essa confiança é essencial, especialmente em momentos como o da última segunda-feira, quando foi chamado para entrar em campo no quarto turno de uma partida do torneio classificatório para o Campeonato Mundial de Beisebol. O jogo estava empatado em 0 a 0 e, com apenas 20 arremessos, a atuação de Agassi levou a seleção alemã de beisebol a uma situação complicada: o Brasil abriu uma vantagem de 4 a 0.
Os adversários pareciam ter estudado seus lançamentos e conseguiam rebater com precisão, convertendo cada jogada em pontos. Diante desse cenário, o técnico da seleção alemã, Jendrick Speer, não viu alternativa a não ser substituí-lo e recorrer a outros arremessadores do elenco.
Mas a decisão veio tarde demais para reverter a situação. A desvantagem inicial contribuiu para a derrota da Alemanha por 9 a 7, o que resultou na necessidade de disputar uma partida decisiva na quinta-feira. O alto interesse da mídia, que acompanhou de perto a estreia de Agassi com a camisa da seleção alemã, rapidamente transformou o episódio em um “debut totalmente frustrado”, conforme descreveu a agência de notícias esportivas Sport-Informations-Dienst.
“Infelizmente, não foi seu melhor dia”
Cerca de 2.000 espectadores, incluindo seus pais, testemunharam a difícil estreia. No entanto, avaliar o talento de um jogador de 23 anos com base em uma única apresentação seria precipitado. Após uma trajetória sólida na equipe universitária da University of Southern California, Agassi agora atua no Mahoning Valley Scrappers, uma das ligas menores do sistema profissional norte-americano, e tem um grande potencial, segundo o técnico Speer.
Dessa vez, no entanto, ele teve, como acontece com qualquer atleta, um dia ruim. E responsabilizá-lo sozinho pela derrota seria injusto. Afinal, a equipe também falhou no ataque. Apesar das várias oportunidades que os jogadores criaram ao longo da partida, faltou precisão na hora decisiva, resultando na perda de chances valiosas para mudar o rumo do jogo.